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Epidemiologia e Emancipação
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Que os limites da epidemiologia que co- nhecemos nos levem às suas raízes históricas, as quais nos deverão devolver em bases mais reais a epidemiologia que queremos e podemos ter. Este é o convite que faz Epidemiologia e Emancipação, e que os desafios postos hoje no campo da saúde tornam irrecusável. A epidemiologia tem, decididamente, lugar entre as experiências da razão que ainda não desistiram de causar incômodo, nessa nossa cansada modernidade. Talvez por ser a mais profundamente moderna entre as ciências da saúde, experimentando como nenhuma outra as contradições deste delicado compromisso, talvez por estar desistindo de ser moderna antes de estar pronta para isso, o fato é que a epidemiologia está distante de poder desfrutar de uma identidade clara e distinta. Ela constitui hoje, sem dúvida, um dos mais importantes apoios científico-tecnológicos para os cuidados da saúde. Desde a produção e confirmação de hipóteses sobre aspectos fisiopatológicos, até o traçar de políticas públicas para o setor, seu testemunho é um dos mais procurados. Paradoxalmente, nunca essa ciência chegou a discursar com tanta precisão e controle sobre aspectos de uma realidade que conhecesse tão pouco. Diante desse quadro elucida-se o sentido mais fecundo deste convite à história. É partindo do próprio argumento fundador da epidemiologia que se propõe interpretar o seu significado para nós, que continuamos buscando Viver. . . solidariamente Viver, não importa se modernamente ou não. Por isso, não se trata aqui da historiografia épica, dos progressivos avanços sobre paragens desde sempre ambicionadas e de uma vez por todas conquistadas. Também não cabem as rígidas fronteiras disciplinares. São os valores compartilhadamente construídos nas (e para as) práticas de saúde que justificam e fundamentam esta incursão histórica; são eles que fixam, provisoriamente, os feitos, lugares e personagens da epidemiologia. Estes não pertencem à história, à filosofia, à sociologia . . . ao contrário
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